Capítulo VII
A comunicação entre os Mundos Físico e Espiritual
não é fato novo. No início da civilização, mesmo
proibida, a prática era comum.
É fácil constatar que os fatos não são novidades; os fenômenos paranormais sempre acompanharam a Humanidade. Estudá-los e entendê-los é, primeiramente, um esforço para desfazer a crosta dos tabus e preconceitos. Tal iniciativa rompe barreiras e amplia consideravelmente o leque do conhecimento quanto à mecânica do Universo e da Vida.
Quanto ao intercâmbio entre os dois mundos, o material e o espiritual ainda é polêmico, mas não fato novo; em Deuteronômio (18,9-14) existe a proibição de evocar os mortos através da Mediunidade. "Quando tiveres entrado na terra, que o Senhor teu Deus te há de dar, guarda-te, não queiras imitar as abominações daquelas gentes: nem se ache entre vós quem pretenda purificar seu filho ou filha, fazendo-os passar pelo fogo: nem quem consulte adivinhos, nem quem indague dos mortos, a verdade".
A questão é saber se os mortos atendiam às indagações e quais foram às razões que levaram à proibição das comunicações. Há de se considerar que, proibir algo que não acontece não faz sentido e pior fica considerar tal proibição, ordem de Deus. Como Deus proibiria falar com os mortos, sabendo de antemão da impossibilidade da comunicação?
PEDIDOS AOS SANTOS E A MEDIUNIDADE
Se realmente não há comunicação entre os vivos e os mortos,
há sentido fazer pedidos aos santos?
Não havendo comunicação, de que forma os santos: Antônio, Pedro, João, Francisco e tantos outros, mortos, sabem do que estamos precisando e como atendem aos pedidos com os denominados milagres? Há de se levar em conta que a verdade não pode existir em coisas que divergem.
Teria sido Moisés o primeiro a proibir a comunicação com os mortos através dos videntes e profetas. Os abusos cometidos com diálogos entre as duas esferas de vida, em que se usavam espíritos de moral comprometida para fins menos dignos, levaram Moisés a interferir nas práticas, proibindo as comunicações. No entanto é público que dentro das instituições religiosas, a prática da mediunidade, o contato com o mundo espiritual sempre existiu, está sendo e será praticado de alguma forma. Na verdade, o que mudou foi o nome dado a tal procedimento. Hoje, chamam-na de "Comunicação com o Espírito Santo ou Obra do Espírito Santo". Quanto à palavra profeta, Severino Celestino em: "Analisando as Traduções Bíblicas" - pg. 259-260 lembra que:
- A palavra profeta - em hebraico, significa Nav, no plural, Neviim. Apresenta ainda outros significados como roê (vidante). Veja Samuel 1-9:9. (videntes). Veja Samuel 1- 9:9: Antigamente em Israel, todos os que iam consultar IAHVÉH assim diziam: Vinde vamos ter com o roê; porque aquele que hoje se chama navi (profeta), se chamava, outrora, roê - (vidente).
- A palavra vidente - em hebraico, também significa chozê, pois, consultando o texto original, encontramos citações que usam o termo roê, sendo que outras citam chozê. O vidente era, portanto, o homem a ser interrogado, quando se queria consultar a Deus ou a um espírito e sua resposta era considerada resposta de Deus. O termo ‘profeta’ chegou ao Português, derivado do grego prophétes que significa ‘alguém que fala diante dos outros’. No hebraico, o significado é bem mais amplo. Possui uma raiz acádica, que significa chamar, falar em voz alta, orador, anunciador”.
No entendimento de diversos seguimentos científicos e religiosos, o fenômeno da Mediunidade é considerado uma faculdade natural e inerente ao ser humano. Independente de vínculos com doutrinas, condutas ou propostas morais, a mediunidade marca presença em todos os tempos e nações da Terra. O estudo dos fenômenos desperta a cada dia maior interesse e credibilidade. Analisemos a opinião da pesquisadora, escritora e palestrante Warwick Mota – Biblioteca Digital - Portal do espírito – acesso em 28/02/06:
- Nas mais antigas civilizações do Oriente, do Egito, na Pérsia, na Síria e no Ocidente, na Grécia e em Roma, também mencionada nos Vedas e nos livros sagrados de outras religiões, a mediunidade era tida como crença geral e os "médiuns" eram considerados seres escolhidos pelos deuses e por esse fato, considerados semideuses.
- Denominados como pítons, pitonisas, oráculos, magos, sacerdotes, etc., eram avidamente consultados em busca das mais variadas informações que atendessem aos diversos interesses daqueles que os procuravam. Os relatos, inclusive os citados na bíblia, referem-se à aparição de anjos, demônios e possessões variadas que marcaram a fenomenologia da época, sedimentando conceitos atávicos e ritualísticos que ainda fazem parte dos nossos dias.
- Era comum, na Grécia antiga e em outros povos, os médiuns atuarem como conselheiros dos reis. Também era comum o retiro do homem para a natureza ou para o insulamento em monastérios, buscando o estudo e a prática da filosofia, como fazia Platão, que galgava a "Montanha do Imec", buscando lá, refúgio e tranquilidade para suas conjecturas; ou mesmo Moisés, que subiu ao "Monte Sinai" no intuito de obter respostas que atendessem às suas necessidades espirituais mais prementes. Mas com o Cristo a "mediunidade" adquire um maior substrato moral e vem orientada pela disciplina que a sua condição de "médium de Deus" proporciona, tendo em vista que Ele confabulava diretamente com Deus.
- Esse fato, por si só, já era suficiente para promover nova disposição moral nas atitudes e no comportamento do Homem, em função da aplicação da Lei do Amor, inquestionavelmente traduzida em seus ensinamentos. A ignorância, no que se refere à mediunidade e os interesses espúrios do fanatismo religioso, produziam perseguições implacáveis aos médiuns, tanto ao tempo de Jesus, quanto na Idade Média, quando ela foi tachada de intervenção demoníaca e os médiuns levados ao martírio da fogueira como ocorreu com Joana D’arc, por não abjurar de suas vozes, que revelavam a sobrevivência da alma e a comunicabilidade da mesma.
- Os acontecimentos de Hydesville em 1848 nos EUA, em seguida, os fenômenos das mesas girantes que invadiram a Europa e, inicialmente, servia para fins fúteis, trouxeram novos enfoques sobre a mediunidade, pois os fatos como sabemos, estavam obedecendo a uma previa programação do mundo espiritual, tanto que, em 1854, chegam ao conhecimento do insigne professor, Hyppolyte Leon Denizard Rivail (Allan Kardec), em Paris, que, após análise rigorosa, se propõe aprofundar as investigações sobre o tema, comparando, observando e julgando, para apresentar ao Mundo a Mediunidade como uma faculdade de natureza orgânica, inerente ao ser humano, que se exterioriza pela ação dos espíritos".
Escritos sagrados relatam fatos que demonstram a crença, naquela época, quanto à sobrevivência do Espírito após a morte do corpo físico, bem como o seu retorno ao mundo material (reencarnado), além da possibilidade da comunicação entre os mundos Espiritual e Físico, por intermédio da mediunidade (ato de mediar dois pontos, ficar no meio de). Exemplo: a ONU é mediadora da paz.
- A questão da mediunidade tem sido tratada, ainda em nossos dias, de forma bastante pueril por aqueles que, não a conhecendo em profundidade, se arvoram em discorrer a respeito. Normalmente, vinculam-na ao Espiritismo, como se ela fosse invenção e apanágio dos espíritas.
- É, no entanto, no livro religioso mais antigo e respeitado de que tem conhecimento o Ocidente, que encontramos farta gama de exemplos de médiuns. Referimo-nos à Bíblia. Em seu Antigo Testamento, (Daniel cap.5) encontramos a descrição detalhada do festim de Baltazar o neto de Nabucodonosor, na Babilônia. Em meio ao alegre festim, uma mão apareceu ao fundo da sala e escreveu três palavras, que ninguém conseguia decifrar. Foi necessário chamar o profeta Daniel, que ali compareceu e informou ao rei, que as palavras significavam “MANE, TECEL, FARES” - predizendo a divisão do seu reino em breve. Fato que se consumou nos dias seguintes, com a vitória de "Medos e Persas" naquele país. (Os Medos destacaram-se pela administração de seu reino)" - (Momento Espírita-06/09/2009).
Vejamos outros relatos relacionados a Jesus, a Reencarnação e a Mediunidade: Ao chegar à região de Cesareia de Felipe, Jesus interrogou seus discípulos:
- "Quem, dizem os homens ser o Filho do Homem"? Responderam eles:
- Uns, dizem que és João, o Batista. - Outros, que és Elias.- Outros ainda, que Jeremias, ou algum dos profetas que ressuscitou. (Cor.10). E, após a transfiguração, seus discípulos o interrogaram:
- "Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias"? Jesus lhes respondeu:
- "É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas, mas eu vos declaro que Elias já veio e eles não o reconheceram"... Dando a entender que Jesus falava de João Batista. É o próprio Cristo quem reafirma a reencarnação de Elias na pessoa de João Batista. "Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor – Coríntios 9. Em Mateus 11,13 e 14 -... E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que devia vir".
Analisando os diálogos, a lógica aponta que Jesus falava da mesma pessoa, isto é, do mesmo Espírito. Em uma reencarnação seu nome era Elias, em outra, dentro de outro corpo físico, passou a chamar-se João Batista. Além dos fatos bíblicos, muitos outros publicados por pesquisadores sérios e competentes, apontam a reencarnação, como o mecanismo do amor e sabedoria de Deus, que disponibiliza a todos e sem distinção, o sublime ensejo da Reencarnação. Num esforço “herculano” em reunir o máximo de informações relacionadas aos temas a serem abordados e, mediante a gama oferecida pelo mundo digital, não vacilamos. Abraçamos as oportunidades e mergulhamos calmamente em um oceano límpido, transparente, fascinante e explicativo.
Na imensa biblioteca, deparamos com páginas, nas quais, a Ciência, a Religião e a Filosofia Espírita, oferecem temas relacionados ao Universo e a Vida, Morte, Reencarnação e Mediunidade, Hereditariedade, Fatalidade e Destino..., Constatada lógica e coerência nos conteúdos, os mesmos passaram a integrar a nossa lista de busca, estudos e pesquisas e há muita informação disponível para uso. É só buscar as informações necessárias estudá-las, analisá-las, juntá-las aos nossos conhecimentos e dar forma ao quadro que desejamos montar. Foi o que ocorreu com esta obra. Assim, as condições para discorrer sobre diversos fatores ligados ao Universo e a Vida nos mundos visíveis e invisíveis, viabilizaram-se graças às informações de estudiosos e dedicados pesquisadores, palestrantes, escritores de livros, revistas, jornais e matérias disponibilizadas via Internet.
A globalização digital determinou uma mudança histórica na dinâmica do conhecimento e, a internet, surge ao nosso alcance atalhando distâncias, aproximando pessoas e continentes, semeando e impulsionando a cultura e o progresso moral e espiritual do Homem. Inestimável presente de Deus à Humanidade Contemporânea. Meu eterno agradecimento ao Criador, por incluir-me entre os merecedores desta oportunidade evolutiva!
- As grandes hierarquias eclesiásticas tradicionais se quiserem sobreviver ao novo espírito religioso que vem se desenvolvendo entre os mais libertos de dogmas terão que reconhecer com urgência, a Lei da Reencarnação. Ramatís/Hercílio Maes-Livro“Mensagem do Astral”.
- Acrescentamos: O Intercâmbio entre os dois mundos: o Espiritual e o Material, a Sobrevivência do Espírito, a polêmica do Big Bang e da Evolução da Espécie.
Diferentemente do que a grande maioria das pessoas supõe, o legado científico deixado pelo pedagogo francês Hyppolyte Leon Denizard Rivail, mais conhecido por Allan Kardec, não é de propriedade do Espiritismo. Como toda ciência vem para a evolução humana, esta valiosa contribuição científica pertence irrestritamente à Humanidade. Relativamente à Reencarnação, a obra “O Livro da Grande Lei”, Mário Bontempo sugere:
- “Para aqueles que não acreditam em vidas passadas, sugiro que estudem, avaliem e mudem de opinião, pois não há nada mais coerente, racional e verdadeiro do que isso. Não é uma questão de religião, fé, doutrina ou discussão filosófica; é uma questão de sensatez e discernimento. Qual seria o sentido da existência como um todo, se só existíssemos uma vez?”.
Para os reencarnacionistas, o ponto fundamental da Reencarnação é a Justiça Divina. A preexistência do Espírito e, consequentemente, sucessivas reencarnações é o meio que possibilita ao Espírito endividado (pecador), imaturo espiritualmente, livrar-se do “eterno fogo do inferno” e seguir a caminhada promovendo reparos conscientes na sua maneira de pensar e agir, entendendo que a meta de todos é, inevitavelmente, atingir a plenitude.
Ao fazer uma análise atenta sobre o mecanismo da vida, percebe-se que Deus, na sua infinita justiça e bondade, instituiu leis naturais para que “seus filhos e não Ele”, através da evolução livre e cada vez mais conscientes, percebam o mecanismo da Vida e se enquadrem nas normas vigentes na Sagrada Constituição. As sábias e imutáveis leis que regem o Universo e todas as formas de Vida, isentam Deus de toda e qualquer responsabilidade perante equívocos que possam gerar sofrimentos temporários, ou retardar o progresso e a felicidade de cada filho.
Crer na Reencarnação, segundo as doutrinas reencarnacionista é poder contar com o Pai amoroso que mantém aberta a porta para o reajuste do filho indisciplinado. Diz a razão, ser injusto privar para sempre da felicidade eterna todos os que, por algum motivo ainda não melhoraram. Não somos todos, uma partícula da energia de Deus? É fundamental analisar criteriosamente os fatos.
Quanto à vida depois da morte uma coisa é certa: Embora muitas religiões pregam o contrário, uma considerável parcela da Humanidade enxerga, na morte, não o fim de tudo e sim, o início de outro período de existência que começaria pela sobrevivência da Alma. A grande verdade é que, a crença na vida pós-morte é universal e inerente ao Homem. É esta ideia que sustenta a fé.
Crer na sobrevivência do Espírito e admitir que a vida não sofre interrupção, não quer dizer que a pessoa pertença a uma doutrina reencarnacionista ou necessita ser espírita. Isto é, no mínimo, coerente para todo e qualquer indivíduo que vai à missa ou ao culto; reza, implora milagres a pessoas mortas e santificadas; procura melhorar-se, amar o próximo; ser solidário; praticar o bem, visando à reforma interior e do meio em que vive. Se tudo acaba com a morte, nada disso tem necessidade ou faz sentido.
É incrível, mas querer saber o básico sobre a nossa pessoa, nossa vida, nosso destino, o mundo que nos abriga hoje (vivos) e o que nos acolherá amanhã (mortos), para muitos ainda continua sendo um tabu - do polinésio, sagrado-proibido, para outros, estes são temas sem importância.
No seio dos sistemas religiosos ou das doutrinas espiritualistas, movem-se
grupos de criaturas transformadas em pedintes, exclusivamente
interessadas em obter do céu a solução de seus problemas corriqueiros
da vida física. Raramente se preocupam com os deveres principais
da própria alma, que é a grande esquecida de todos os tempos!
(Hercílio Maes)
Nos dias atuais, Instituições religiosas invocam o Espírito Santo diuturnamente. A promessa do carro novo, a riqueza fácil, a compra do imóvel, o pagamento das dívidas, a recuperação das finanças e da saúde, tudo em nome de Jesus e do Espírito Santo. No entanto, o que menos pregam é a verdadeira mensagem de Cristo. Aquilo que Jesus pregou, nem sempre é igual àquilo que se prega, hoje, em nome de Jesus - a relevante importância aos bens materiais, recuperação ou conquista da riqueza...
Ironicamente, os programas veiculados nos meios de comunicação (televisão, rádio...) podem estar induzindo pessoas ao equívoco. Nas igrejas e na mídia sobram pedidos e promessas; rezas e ladainhas espalham frases ao vento sem sentimentos.
Nos lares, nas escolas, nos ambientes de trabalho ou nas ruas, faltam fieis dispostos a praticar a tolerância, a moral e a ética, a fraternidade, a reforma íntima e o amor ao próximo. Práticas indispensáveis para um Mundo mais harmônico, saudável, próspero e feliz.
De forma alguma a ideia é ofender ou defender doutrinas e ou fieis. Sendo um dos atributos espirituais, reconheço na liberdade de religião e da consciência, direitos humanos fundamentais. A liberdade representa a culminância de um processo de conquistas e aprendizado e, adotando postura imparcial, desprovida de dogmas e preconceitos é possível avaliar melhor os fatos e formar opinião.
O intrigante para algumas doutrinas, inclusive a Católica, além da crença na reencarnação e vida após a morte é o intercâmbio entre os vivos e os mortos, práticas defendidas especialmente pela doutrina espírita. Ao analisar as questões, busquei saber qual é a diferença entre:
- Invocar o espírito de um santo ou falar com Espírito Santo como fazem os católicos e outras igrejas, ou
- Invocar o "espírito" de um morto (santo ou ainda não) e comunicar-se com os mortos como fazem os espíritas?
Por outro lado, quem garante a comunicação com o Espírito Santo ou com um Espírito Santo? Tal garantia é sustentada tão somente pela crença e crer ou descrer é um direito não só dos católicos, também é facultado aos espíritas, evangélicos, aos crentes, descrentes... Estima-se que, dentre os cristãos no mundo, são poucos os que sabem o que é Espírito Santo de Deus. Analisemos dois Conceitos sobre a Trindade, anteriores a Teologia Cristã:
- Plotino, filósofo neuplatônico defendia a ideia do UNO, equivalente a Trindade Cristã, da seguinte forma:
- Pai – Princípio Primário, Criador, Gerador, Eterno, Imutável - "DEUS";
- Filho – Princípio Secundário, Primeira Criação, Manifestação;
- Espírito Santo – Inteligência Manifestada, Leis do Universo-Expressão do Ser.
- Platão, afirmava a existência suprema do LOGOS como TRINDADE. Para ele, o terceiro elemento do LOGOS é a Inteligência, a Sabedoria Universal que determina como as coisas funcionam no plano relativo. Este seria o "Espírito Santo de Deus".
- O pensamento platônico (escola de Sócrates), afirmava que o Logos era o Verbo, a vontade de Deus manifesta na forma de relatividade.
- Os pensamentos de Sócrates e Platão exerceram poderosa influência na gênese do Cristianismo. Pode-se mesmo afirmar, que o Evangelho de João é a expressão do pensamento platônico e, por esse motivo, seu texto é diferente dos demais.
- O Verbo, a que o Evangelista se refere é o Logos platônico - o Cristo (a consciência crística). Não há CRISTOS planetários conforme afirmaram alguns autores. Há, sim, um só Cristo, uma só consciência cósmica para toda a Criação. Esta consciência crística (unificada) é o Filho Único a que o texto sagrado refere-se frequentemente". (Biblioteca Digital –https:// www.novavoz.org.br/polemico-Roustaing e a personalidade de Jesus. Autor: Josué de Freitas).
Segundo ensinamentos, os profetas foram inspirados pelo Espírito Santo. Como médiuns, eles transcendiam o plano físico, sintonizavam uma frequência mais fina e captavam a Consciência Cósmica (ver capítulo XI “O que é a Física Quântica”) que é o estado de consciência que sintoniza e desperta, inspira e leva a pessoa a perceber, sentir e compreender uma fração da plenitude, dos ditames da Alma Divina.
Retomando a questão do intercâmbio entre as esferas material e a espiritual, louvável e corajosa iniciativa foi a do Padre François Charles Antoine Brune, ao lançar o livro Les Morts nous Parlent - (Os Mortos nos Falam). Segundo matéria disponibilizada em 09/03/2008 Biblioteca Digital-http: - UM PADRE FRANCES RECONHECE QUE OS MORTOS SE COMUNICAM e defende publicamente em Seminários e Palestras, o resultado de suas pesquisas.
Bacharel em Latim, Grego e Filosofia. Cursou seis anos de Gran Seminaire, sendo cinco, no Instituto Católico de Paris e um, na Universidade de Tubingen, além de cinco anos de curso superior de Latim e Grego na Universidade de Sorbone. Estudou as línguas: Assírio-babilônico, hebreu e hierógrafos egípcios. Foi licenciado em Teologia no Instituto Católico de Paris e, 1960, e em Escrituras Sagradas, no Instituto Bíblico de Roma, em 1964. Professor de diversos Grands Seminaires durante sete anos. Profundo conhecedor das tradições dos cristãos do Oriente e estuda os fenômenos paranormais. O Padre François declara:
- "Escandaloso é o silêncio, o desdém, até mesmo a censura exercida pela Ciência e pela Igreja a respeito da descoberta inconteste mais extraordinária de nosso tempo. O após vida existe e nós podemos nos comunicar com aqueles que chamamos de mortos.
- Autor dos livros "Os Mortos nos Falam e Linha Direta do Além" - François Brune esteve em Londrina-Paraná, para participar do debate promovido pelo NEU – Núcleo Espírita Universitário de Londrina-Pr, onde afirmou que os mortos se comunicam através de instrumentos, como televisores e gravadores. O padre pesquisador, argumenta que escreveu o livro "Os Mortos nos Falam", com a perspectiva de derrubar o espesso muro de silêncio, de incompreensão, de ostracismo, sustentado pela maior parte dos meios intelectuais do Ocidente: Para eles, dissertar sobre a eternidade é tolerável; dizer que se pode vivê-la torna-se mais discutível e afirmar que se pode entrar em comunicação com ela é considerado insuportável. "Fiz contato com pesquisadores em diversos lugares, que tiveram contato com mortos, através de sinais de televisão, de gravador". Segundo ele - "felizmente, no Além, a vida é melhor que na terra".
- O livro "Os Mortos nos Falam" (Editora Edicel de Brasília) já vendeu milhares de exemplares. O padre François viu na transcomunicação instrumental, uma forma de provar que a vida continua no além-túmulo: "Eu quero mostrar que a vida continua e que há Deus que nos ama, que nos espera e que o único valor da vida é o amor. Quero mostrar que a vida depois da morte depende de nossa vida neste mundo". Ele conta que já chegou a receber mensagem diretamente dos espíritos durante algumas reuniões. Numa ocasião, em Luxemburgo, recebeu uma comunicação de Konstantino Raudive, o segundo homem a gravar vozes de espíritos. A mensagem dizia que a infelicidade é que hoje em dia, as pessoas têm medo da morte.
- Autor do livro “Da Mediunidade a Transcomunicação Instrumenta”l, o pesquisador da Bahia, Clóvis de Souza Nunes, um técnico em edificações e que também proferiu palestras na Universidade Estadual de Londrina-Pr, juntamente com o padre François Brune, afirma que algumas vozes são iguais as das pessoas humanas e outras não. "Há vozes que são reconhecidas exatamente com o mesmo timbre, com a mesma característica". O escritor baiano conta que, as pesquisas com gravações de vozes do Além, são controladas pela comunidade científica há mais de trinta anos.
- O computador não poderia estar de fora das experiências que visam a comunicação entre vivos e mortos, substituindo os médiuns que durante milênios, foram os instrumentos das tentativas de saber como é o mundo após a morte e o que acontece com as pessoas que deixam essa vida. No Brasil, segundo Clóvis, os espíritos começaram a manifestar-se através do computador, mais recentemente. Em seu livro "Transcomunicação - Comunicações Tecnológicas com o Mundo dos Mortos" - Ele conta que em junho de 1986, recebeu uma visita muito interessante: uma viúva, acompanhada de um filho e uma filha, esteve na sede do Instituto de Pesquisa Psicobiofísica, em São Paulo, apresentando gravações de vozes captadas por microcomputador.
- As vozes, segundo o relato da família, começaram a ser captadas em 1985. O rapaz, filho da viúva, certa noite, estava fazendo um programa para seu microcomputador. Colocando em operação, verificou que a tela nada mostrava além de uma confusão de sinais. Quando acionou a fita em um gravador comum, ouviu a voz de seu pai, falecido um ano antes, enviando uma mensagem de Natal à família. Era o dia 9 de dezembro. Depois disso, segundo ele, os contatos entre o espírito e seus familiares, ocorriam dentro de uma regularidade”.
É importante lembrar que foram as manifestações espirituais que, através da mediunidade, deram origem à grande maioria das crenças religiosas, inclusive as cristãs, definindo assim, o sustentáculo da Fé e das igrejas da antiguidade aos dias atuais. Como sustentar as igrejas ao longo dos séculos sem os milagres despertando a Fé ou mantendo fieis alienados?
No contexto, a mediunidade sempre esteve presente com os mais variados fenômenos espirituais (dons) como as visões, as aparições, os milagres, as comunicações pela intuição, vozes... A primeira epístola de Paulo aos Coríntios nos capítulos 12 e 14, fala claramente sobre a mediunidade, mas ela ainda é vista como carisma. O próprio dia do Pentecostes é uma demonstração coletiva da mediunidade atuante entre os povos da época. Qualquer pessoa com o mínimo conhecimento sobre mediunidade, sabe que a prática fazia parte do cristianismo primitivo e segue com a Humanidade, da Antiguidade aos dias atuais.